A Minha História

Nasci em Janeiro de 1983 e tive o prazer de crescer numa linda vila, bem no centro de Portugal. Nasci também com uma grande certeza dentro do meu peito, não me perguntem como, mas a verdade é que desde pequenina que eu sei que existe algo superior a nós, algo que nos cuida e nos protege. É uma força, uma energia, algo que os nossos olhos não vêm, mas que o coração sente. E essa energia não está só à nossa volta, como está também dentro de nós. Acredito que cada um de nós traz consigo um bocadinho dessa energia, cada um de nós é um bocadinho de Deus.

Sempre tive um fascínio enorme por assuntos exotéricos e uma curiosidade aguçada sobre espiritualidade. Mas apesar desta minha grande convicção de que existe mais mundo do que aquele que os nossos olhos nos permitem ver, percebi desde cedo que este era um tema tabu, porque ninguém falava abertamente sobre o assunto. Eu sabia que havia pessoas que interagiam com esta energia superior e que, inclusivamente, utilizavam esta energia para ajudarem outras pessoas, mas era tudo tão escondido…

Como era muito difícil obter informações credíveis e estudar o tema da espiritualidade, à medida que o tempo passava e eu ia crescendo, ia também esquecendo o assunto. Eu nunca deixei de acreditar que aquela energia me acompanhava, mas com o tempo fui-me desligando dela, fui-me desconectando. Passei a viver como todas as pessoas à minha volta viviam, conectada com a minha mente e focada em seguir os objetivos que eu achava que iam me levar ao sucesso.

Como sempre gostei de ciências naturais e biologia, quando chegou a altura de escolher um curso universitário, facilmente ingressei em engenharia do ambiente. Não porque alguma vez tivesse sentido que aquele era o meu caminho, mas porque acreditava piamente que aquele curso me iria dar o que eu queria. E deu.

Aos 26 anos casei com o Homem da minha vida e poucos meses depois, já a viver em Coimbra, fui convidada para trabalhar num laboratório de águas. Naquela altura parecia que tudo se estava a encaixar, parecia que eu ia conseguir ter uma vida estável, certinha, como eu sempre tinha idealizado.

Quando comecei a trabalhar como técnica de laboratório de águas tudo parecia um sonho, eu acordava todas as manhãs animada e super empolgada para ir para o trabalho, mas à medida que o tempo foi passando comecei a perceber que era um trabalho muito rotineiro. Os anos foram passando e eu ia fazendo sempre a mesma coisa, dia após dia, após dia. Dentro de mim começou a gerar-se um conflito: por um lado a minha cabeça dizia que aquilo era tudo o que eu sempre quis e que devia estar grata por isso. Por outro lado, o meu coração suspirava pela chegada do fim de semana e havia um grande vazio no peito, parecia que a alegria se esgotava sempre que eu entrava naquele laboratório. Eu procurava outros empregos na área, mas nunca fui chamada e os dias continuavam a passar, sempre iguais.

Em 2015 o laboratório onde eu trabalhava fechou por alguns meses. Várias pessoas ficaram desempregadas e eu fui uma delas. Nos dias seguintes ao meu desemprego instalou-se outro conflito em mim, mas agora ao contrário: por um lado a minha mente estava aterrorizada, porque não fazia ideia do que fazer dali para a frente, mas por outro lado o meu coração estava aliviado. Embora eu soubesse que estava a viver um momento difícil da minha vida e quisesse muito um trabalho, parecia que ao mesmo tempo, lá fundo, eu estava feliz.

Depois de vários meses a procurar emprego, tanto na minha área de formação, como noutras, resolvi começar a estudar aquele assunto que sempre me cativou: a espiritualidade. Não que pensasse em trabalhar na área, pelo contrário. Confesso que nunca, em momento algum, isso me passou pela cabeça. Mas tinha muita curiosidade, aquela mesma curiosidade aguçada de criança parecia que estava ainda maior. A minha ALma deliciava-se sempre que eu lia algo sobre o assunto. Naquela altura, embora ainda não fosse muito comum falar-se do assunto abertamente, havia muito mais informação disponível e credível do que quando eu era criança. Além disso, eu tinha tempo livre e um subsídio de desemprego para me apoiar financeiramente.

A vida pode dar muitas voltas, mas quando nós temos de chegar a um determinado lugar, ela encarrega-se de nos levar para lá. E comigo não foi diferente. De repente eu encontrei as respostas que eu tanto procurava, através de cursos, livros e terapias, eu comecei a dar entendimento às coisas que eu sentia e que até ali não conseguia explicar.

Em cerca de 6 meses comecei a meditar e a fazer limpezas energéticas, em mim própria e noutras pessoas minhas conhecidas. Mas aquilo que realmente me ajudou a mudar de vida foi entender aquele conflito interior. Aquele vazio que eu sentia era pura e simplesmente a minha ALma a falar comigo, a dizer-me que embora eu pensasse que a vida tinha de ser certinha e direitinha, ela não me fazia feliz. A vida que a minha cabeça tinha idealizado não me realizava.

Eu acredito que o ser humano está equipado com duas poderosas ferramentas: coração e mente. O truque é unir os dois, não é escolher um em detrimento do outro. Só conseguiremos ser realmente felizes, quando deixarmos coabitar estas duas vozes dentro de nós: o anjo e o demónio.

Cerca de 10 meses depois de ter ficado desempregada, tive a oportunidade de voltar. As questões que tinham levado ao encerramento do laboratório, estavam resolvidas e havia agora a possibilidade de reentregar de forma estável os funcionários que tinham saído por terem um vínculo precário.

Como devem imaginar foi um período muito difícil para mim, havia muita coisa em jogo, muitas decisões a tomar. Voltou o velho conflito. Por um lado o desejo de ter uma vida profissional estável, para poder ajudar a sustentar a minha família, que estava a crescer. E o desejo de ser realizada profissionalmente. Aquela ideia de que eu tinha de ser certinha e ter uma profissão que desse continuidade à minha formação académica era muito importante para mim. Mas por outro lado havia aquele sentimento, alguma coisa me dizia que o caminho já não era por ali, lá fundo, no fundo eu sabia que aquele capítulo da minha vida tinha que se fechar. Mas para onde ir? O que fazer a seguir? Eram as perguntas que ecoavam na minha cabeça.

Quando descobri o life coaching atirei-me de cabeça num processo que transformou a minha vida. Pode parecer estranho, mas a verdade é que só ali é que eu equacionei aliar a minha paixão, à minha profissão. Era um desejo que estava muito fundo, escondido nas profundezas do meu ser, por isso precisei de ajuda para o desenterrar.

Hoje escrevo este texto com um sorriso nos lábios, um sorriso de quem se orgulha do seu caminho e de quem sabe que nada poderia ser diferente. Hoje sei que quando nós temos de ir para um determinado lugar, o Universo encarrega-se de nos levar para lá e quanto mais força fizermos no sentido contrário, mas sofrimento vamos atrair.

Atualmente, sou formadora e coach espiritual e trabalho com pessoas que procuram encontrar o seu equilíbrio emocional, ensinando-as a ouvirem a sua ALma, sem deixarem de ouvir a sua mente.